Última modificação: dez. 22, 2025

Sistema de Monitorização do Condutor

Um sistema de monitorização do condutor é uma funcionalidade de segurança em automóveis modernos que utiliza sensores e câmaras para monitorizar o comportamento e a atenção do condutor durante a condução.

Os Sistemas de Monitorização do Condutor (DMS) são concebidos para aumentar a segurança, detetando sinais de cansaço, distração ou comprometimento do condutor, e fornecendo alertas ou intervenções para prevenir acidentes.

Como é detetado

Os sistemas de monitorização do condutor podem variar consoante o modelo de automóvel e o tipo de sensores utilizados. As funcionalidades mais comuns incluem:

Rastreamento Ocular

Esta funcionalidade utiliza uma câmara para rastrear os movimentos oculares do condutor e detetar sinais de sonolência ou distração. Se o sistema detetar que o condutor não está a prestar atenção à estrada, envia um alerta para que volte a focar-se na condução.

Sensores no Volante

Estes sensores detetam se o condutor está a segurar o volante e a efetuar os inputs adequados. Existem três tipos de sensores utilizados

  • Sensores Capacitivos: São normalmente utilizados em volantes modernos, particularmente em sistemas avançados de assistência ao condutor (ADAS). Os sensores capacitivos detetam a presença das mãos do condutor através da medição da capacitância elétrica, que varia quando as mãos tocam o volante. Geralmente, estão colocados em redor do aro do volante para garantir uma monitorização contínua do contacto.
  • Sensores de Pressão: Os sensores de pressão detetam a força física ou a pressão exercida no volante, o que pode confirmar se o condutor o está a segurar ativamente. Estes sensores são frequentemente utilizados em sistemas de segurança, onde agarrar ativamente o volante pode ser necessário para certas manobras ou alertas.
  • Sensores de Binário: Embora não sejam especificamente para deteção de toque, os sensores de binário medem a quantidade de força aplicada ao volante. Podem ajudar a inferir o envolvimento do condutor ao medir o esforço aplicado, confirmando indiretamente se está a segurar o volante.

Como funciona

Embora as especificidades dos Sistemas de Monitorização do Condutor (DMS) possam variar entre fabricantes e modelos, seguem geralmente um padrão operacional semelhante.

1. Aviso Inicial e Alertas Suaves

Quando o DMS deteta pela primeira vez sinais de falta de atenção do condutor — como olhos fechados, olhar desviado ou ausência de pressão das mãos no volante — emite um alerta inicial. Estes avisos são geralmente subtis e concebidos para incitar suavemente o condutor a recuperar o foco:

  • Alertas Audíveis: É ativado um som ou sinal sonoro suave. O tom é suficientemente distinto para captar a atenção do condutor sem o assustar.
  • Indicações Visuais: O painel de instrumentos ou o head-up display apresenta um ícone ou mensagem de aviso, como “Mantenha-se Atento” ou “Olhos na Estrada”.
  • Vibrações no Volante: Em alguns modelos, uma breve vibração do volante funciona como um lembrete tátil para o condutor.

Nesta fase, o objetivo é fornecer ao condutor um ligeiro impulso para restaurar a concentração sem intervenção significativa.

2. Alertas Escalonados e Avisos Progressivos

Se o condutor não responder aos alertas iniciais, o DMS intensifica a sua resposta com avisos mais agressivos. Ciente de que a falta de resposta pode indicar um problema grave, o sistema reforça a abordagem:

  • Aumento do Volume e da Frequência dos Alertas Audíveis: Os sinais sonoros podem aumentar de volume e repetir-se em intervalos mais curtos, tornando mais difícil para o condutor ignorá-los.
  • Vibrações Mais Fortes no Volante: Se o veículo estiver equipado com feedback háptico, a intensidade das vibrações no volante pode aumentar.
  • Avisos Visuais Repetitivos: O painel de instrumentos ou o head-up display pode apresentar uma mensagem mais urgente, como “Condutor Sem Resposta” ou “Acorde Imediatamente”.

Estes alertas escalonados são concebidos para ser persistentes e perturbadores, priorizando a atenção do condutor sobre outras atividades dentro do veículo.

3. Intervenção através de Assistência de Faixa e Redução de Velocidade

Se o condutor continuar sem responder, o DMS assume que pode estar incapacitado. Nesta fase crítica, o sistema passa de alertas para intervenção física, minimizando os riscos para o condutor e para os outros utilizadores da estrada. Eis como normalmente decorre esta fase:

  • Assistente de Manutenção na Faixa: O sistema de manutenção de faixa do veículo, caso disponível, é ativado para garantir que o carro mantém-se com segurança dentro da sua via, reduzindo o risco de saída involuntária.
  • Redução Automática de Velocidade: O sistema reduz gradualmente a velocidade do veículo, potencialmente fixando-a a um ritmo de cruzeiro baixo ou preparando-o para uma paragem controlada.
  • Ativação dos Pisca-alertas de Emergência: Para alertar os condutores à volta, os pisca-alertas podem ser ativados, sinalizando um problema com o veículo.

Durante esta fase, o sistema assume controlo limitado, concentrando-se em manter o veículo num estado estável e previsível para diminuir a probabilidade de acidente.

4. Assunção Total do Veículo e Paragem Controlada

Se o condutor ainda não recuperar o controlo, o DMS inicia um procedimento de segurança para imobilizar completamente o veículo. Em colaboração com os Sistemas Avançados de Assistência ao Condutor (ADAS) do veículo, esta etapa tem como objetivo minimizar o risco e garantir que o veículo sai com segurança do fluxo de trânsito.

  • Desaceleração Gradual até Paragem: O sistema reduz progressivamente a velocidade do veículo. Alguns sistemas trazem o carro a parar na sua via, enquanto outros, sempre que possível, orientam-no para o acostamento ou para outra área segura.
  • Engate dos Travões: O sistema de travagem do veículo é acionado para imobilizá-lo totalmente e mantê-lo no lugar até que o condutor ou os serviços de emergência intervenham.
  • Sinalização de Emergência Reforçada: Os pisca-alertas continuam a piscar e, em alguns modelos, a buzina pode atuar intermitentemente para chamar a atenção de condutores ou peões próximos.
  • Destrancamento das Portas: Em alguns modelos, o sistema desbloqueia as portas para facilitar o acesso dos serviços de emergência ou de outras pessoas que possam ajudar o condutor.

Nesta fase, o DMS passou a ter controlo total do veículo para garantir a segurança, adotando as medidas necessárias para reduzir os riscos tanto para os ocupantes do veículo como para os outros condutores.

5. Protocolos Pós-Incidência e de Emergência

Depois de o veículo estar seguramente imobilizado, o sistema pode tomar passos adicionais para lidar com potenciais emergências:

  • Ativação de Chamada de Emergência (eCall): Alguns sistemas estão equipados para contactar automaticamente os serviços de emergência, fornecendo informação de localização e alertando-os para uma possível emergência médica ou incapacitação do condutor.
  • Bloqueio do Veículo: Para evitar movimentos indesejados, o sistema pode ativar um bloqueio que impede o veículo de ser conduzido até que uma autoridade designada, como o pessoal de emergência ou um utilizador registado, o reative.
  • Monitorização Contínua até Resposta: Mesmo depois de o veículo se ter parado, o DMS continua a monitorizar sinais de resposta do condutor. Qualquer movimento, como pestanejar ou virar a cabeça, pode reiniciar o sistema e permitir que o condutor recupere o controlo se estiver em condições.

Exemplos Reais

O canal do YouTube Out of Spec Reviews é conhecido por realizar testes no mundo real a Sistemas de Monitorização do Condutor (DMS). A seguir estão alguns exemplos:

Exemplo 1: Porsche Macan EV

Neste exemplo, o Macan EV demonstra a sua capacidade de parar o carro, destrancar as portas, ligar as luzes interiores e chamar ajuda. Isto revela um DMS altamente eficaz.

Exemplo 2: Hyundai IONIQ 6

Neste exemplo, o IONIQ 6 desativa o assistente de centragem na faixa quando não recebe qualquer resposta do condutor e continua a sair da estrada a toda a velocidade. Isto destaca uma falha significativa no seu DMS.

Exemplo 3: Mercedes EQS

Neste exemplo, o Mercedes EQS imobiliza o carro na sua via quando o condutor não responde, demonstrando um DMS fiável.